quarta-feira, setembro 20, 2006

"Estoril - Hotel de 4 estrelas proibido de servir almoço"

Como denuncia a jornalista Janete Frazão no Correio da Manhã de hoje, "Um hotel de quatro estrelas, situado na zona nobre do Estoril, foi ontem alvo de uma rigorosa operação de fiscalização pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE). Os inspectores depararam-se com um cenário impressionante, desde espaços encardidos a baratas mortas. A manhã terminou com a suspensão das actividades na cozinha e o almoço dos hóspedes deitado ao caixote do lixo.
Pouco passava das 11h00 quando os directores do hotel foram surpreendidos por uma brigada de inspectores da ASAE, na sua grande maioria do sector da segurança alimentar, que foram imediatamente reencaminhados para a zona alvo: a cozinha. As desculpas não se fizeram esperar. 'Estamos em obras, por isso encontram-nos com situações menos fáceis', preparou um dos responsáveis.
Baratas mortas, baldes com restos de água suja, prateleiras carregadas de pó, instalação eléctrica degradada, alimentos susceptíveis de se estragarem expostos à temperatura ambiente, produtos de combustão altamente tóxicos lado a lado com panelas. Ninguém estava preparado para uma coisa assim. 'Não vai haver almoço, nem pensar!', comentou um dos inspectores.
Lurdes Gonçalves, directora Regional de Lisboa e Vale do Tejo da ASAE, explica porquê: 'Há aqui demasiados flagrantes. A câmara de conservação de vinhos e produtos lácteos está cheia de baratas, os cestos que vão à máquina de lavar loiça têm acumulação de gordura, há ferrugem nos utensílios de cozinha, não há porquês, é óbvio que esta cozinha não está em condições de continuar a funcionar', atira.
No hotel, as reacções não foram de grande surpresa. 'Tínhamos noção de que era necessário fazer obras na cozinha, daí que tenhamos avançado com elas no início do mês', desculpa-se um dos directores que apesar de tudo não esperava uma atitude tão radical. A ASAE procedeu de imediato à limpeza de toda a sala de refeições do hotel. Empregados e directores assistiram de pé, cabisbaixos, ao despejo da comida confeccionada para o almoço dos hóspedes no caixote do lixo.
Da parte da administração, obtivemos breves palavras. 'Não estamos em condições para falar.' E os hóspedes estarão dispostos a pagar 100 euros por um quarto duplo para conviver entre baratas?" (As hiperligações foram acrescentadas)