terça-feira, abril 11, 2006

A VARIG É NOSSA

Bayard Boiteux e Mauricio Werner

A Aviação comercial brasileira passa por uma nova crise. Desta feita, diferente, pois atinge a maior empresa de passageiros, a nossa Varig.
O governo não pode neste momento assumir uma postura extremamente rígida, quando se trata da empresa,que prestou relevantes serviços ao turismo nacional e que tem que ser poupada. Não temos hoje ninguém em condições de substituí-la e o mercado está apavorado pelas notícias muitas infundadas, que atestam a morte da VARIG.
Durante muitos anos,a única forma de divulgarmos o Brasil foi através da Varig, que sempre colocou suas lojas no exterior à disposição do governo brasileiro. Inclusive, a falta de material promocional era sanada também pelos esforços inmensuraveis da estrela brasileira. A participação nas feiras internacionais de turismo só era viável, para a Embratur, pelo aporte da Varig, nos stands e pela gratuidade que fornecia para o transporte oficial das delegações brasileiras. A memória do Brasil é tão curta?
Por ouro lado,o profissionalismo da tripulação e a segurança das aeronaves sempre foram motivos de orgulho para os brasileiros e permitiram a fixação de uma imagem institucional de qualidade e bem servir, o que gerava um certo desconforto na concorrência, para não dizer inveja. Quando atuamos na Varig, há exatamente 27 anos, lembro-me da filosofia da empresa "O passageiro é a pessoa mais importante pois ele paga nosso salário", já demonstrando aquela época, o foco no consumidor.
Devemos confessar que a troca constante das equipes diretivas nos últimos anos e uma guerra interna pelo poder não permitiram um avanço mais linear nas políticas da empresa e a prejudicaram, sem no entanto afetar as diretrizes de capacitação,qualidade e técnicas de satisfação do consumidor externo e interno. É bom sempre ressaltar que a empresa pertence aos colaboradores e que seus funcionários sempre assumiram lugar de destaque na conduta dos rumos da Varig, com uma menção especial a Fernando Pinto, Comandante Martins e Oswaldo Trigueiros.
Hoje, a administração do presidente Bottini, cujo passado é exemplo para a aviação, deseja apenas uma flexibilidade dos credores nacionais, como a Infraero e a Br Distribuições. Não é nenhum favor. Quando,por exemplo a Petrobrás resolveu produzir querosene para a aviação, a Varig optou pela empresa brasileira, em detrimento da Shell e Esso, com quem mantinha uma parceria.
Concordamos que o governo não pode ficar socorrendo empresas mas criar planos, a priori, para uma possível quebra da Varig não parece uma posição salutar, para o presidente Lula, que resolveu priorizar o turismo em nosso país e criou um Ministério e um plano nacional, que só pode ser viabilizado com o apoio decisivo da nossa Varig.
Todos nós, profissionais de turismo, estamos criando uma grande corrente, para salvar a Varig. É o momento de aumentarmos nossas vendas e sobretudo de tranqüilizarmos nossos clientes pois nos céus brasileiros, ela há de continuar voando e nos lembrando do seu papel primordial na vida e deslocamento de turistas nacionais e internacionais, homens de negócios e as autoridades de Brasília.

A Varig é nossa....

Bayard Boiteux e Mauricio Werner dirigem o curso de Turismo da UniverCidade
www.univercidade.br