quinta-feira, março 23, 2006

Espanhol vê obstáculo para turismo no Brasil Presidente da Iberostar critica "complicação fiscal" e dificuldade de locomoção

O empresário Miguel Fluxá, presidente do Iberostar, maior grupo de turismo da Espanha, descarregou ontem uma série de críticas sobre as dificuldades de investir em turismo no país para uma platéia de empresários do setor durante o Fórum Panrotas Tendências do Turismo, em São Paulo.
O primeiro ponto apontado por Fluxá foi o efeito sobre os turistas europeus de notícias sobre a violência nas cidades brasileiras. "É muito diferente roubarem o seu bolso e apontarem uma arma para você", afirmou. "Há uma preocupação muito grande com a segurança no Brasil", completou.
O Iberostar, que tem investimentos no Brasil -além de possuir um barco-hotel no Amazonas, vai abrir um complexo hoteleiro na Praia do Forte, na Bahia-, possui cem hotéis e resorts espalhados pelo mundo, além de navios e agências de turismo.
O empresário espanhol criticou também o que classificou como a "complicação fiscal" e o tamanho da carga tributária no Brasil. "Nunca estivemos em um país em que a situação fiscal fosse tão complicada como essa", declarou, aplaudido. "Cada conta a pagar tem seis impostos embutidos.
"Sobraram críticas também para a situação do transporte aéreo brasileiro. "É complicado e caro se mover de um lugar para outro do Brasil. Vocês já tiveram a melhor companhia do mundo, a Varig, mas ela teve problemas."Apesar das críticas, o empresário afirmou que continuará a investir no país.

Metas
O ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, revelou ontem as metas do plano nacional de turismo para 2006: afirmou que o objetivo é chegar a 310 mil postos de trabalho com carteira de trabalho assinada até dezembro.
A perspectiva também é elevar para 900 as freqüências semanais de vôos internacionais -o número hoje é de 710- e aumentar de 5,5 milhões para 7 milhões o número de turistas estrangeiros que chegam ao país anualmente.
O diretor-presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Milton Zuanazzi, anunciou no fórum que assinou ontem autorização para a TAM operar sete freqüências para Londres. Foram autorizadas ainda, para TAM e Gol, mais 21 freqüências por companhia para a Argentina e três para a Varig voar à Colômbia.Durante o fórum, o presidente da BRA, Humberto Folegatti, anunciou que a aérea estuda abrir capital de 18 a 36 meses. "Queremos abrir no máximo 40% do nosso capital", afirmou