quinta-feira, novembro 30, 2006

O Turismo do Rio tem solução

O Rio é e sempre será uma das maravilhas do mundo. A presença do mar, da montanha e do verde, num ambiente de belezas naturais faz da Cidade Maravilhosa, o sonho de consumo de um número considerável de turistas. Minha paixão pela cidade vai além dos ícones do Turismo, como o Pão de Açúcar, o Corcovado, Copacabana mas passa pelas novas opções de entretenimento como a Cidade do Samba, a Lapa e o baixo centro com seus bares, restaurantes e musica ambiente e a Feira dos Nordestinos. O Prefeito César Maia merece um agradecimento especial, pois desde o Sambódromo, a cidade não ganhava novos equipamentos e ainda estamos aguardando com ansiedade o novo centro de convenções e a Cidade da música.
Estou cada vez mais convencido de que o turismo pode solucionar grande parte da também cidade partida, cujo poder se divide entre autoridades constituídas e traficantes, comunidades pobres ao lado de condomínios de luxo e jovens de alto poder aquisitivo consumindo drogas, em festas e áreas nobres, sem punição. O turismo é uma forma de democratizar a sociedade e sobretudo envolvê-la num processo de reconstrução, na chamada revolução silenciosa, repleta de idiomas, novas culturas mas sobretudo de novas oportunidades de trabalho e melhorias na qualidade de vida.
Os novos governantes que assumem ou continuam, no Poder, a partir de janeiro devem olhar para nossa pérola das Américas, com a atenção devida, reverenciando o maior centro receptor de turistas internacionais do Brasil e entendendo que as políticas públicas de turismo só acontecem, se forem efetivamente integradas. As brigas constante entre autoridades e a disputa do Estado pelo turismo carioca são o principal entrave para o desenvolvimento do turismo, segundo pesquisa feita com 200 empresários de turismo, que tem seus negócios aqui. Tal integração pressupõe a criação de um grupo de trabalho, que vai colocar em pauta os 4 principais programas de turismo: segurança, capacitação, promoção e infra-estrutura e doravante desenvolvê-los de forma coordenada e sobretudo com recursos reais e não apenas criação de órgãos, para deixar legados sem serventia.
A integração deverá partir do principio que O Rio é o carro chefe do Turismo brasileiro e que a promoção do Brasil e do Estado, passa necessariamente pela Cidade Maravilhosa, como forma de aumentar a permanência , através dos roteiros integrados. Não vou cansar nunca de repetir;Quando o turismo carioca vai mal, o Brasil vai pior turisticamente. As peças promocionais não precisam ser criadas em três esferas políticas mas uma única pode reduzir não só os custos operacionais, como aumentar o reduzido material promocional e com pouca criatividade, hoje existente.
A segurança que tanto nos aflige precisa olhar para os equipamentos ultrapassados e vergonhosos utilizados hoje nas áreas turísticas. Viaturas que supostamente atendem turistas que foram por exemplo assaltados são tão pequenas, que os mesmos nem conseguem entrar, além de estarem com aspecto ruim e deteriorado. O policiamento ostensivo só funciona se for de 24 horas em todas as áreas turísticas e com um contingente de pelo menos mais 100, /, de homens, que do atual BPTUR, com salários diferenciados e capacitação em idiomas e turismo. Não podemos continuar com ônibus sendo assaltados na chegada ao Rio, como recentemente aconteceu com um grupo chinês e um outro inglês. Os fatos ganharam manchetes em todo o mundo,sem nenhuma ação de relações públicas de nossas representações diplomáticas ou escritórios no exterior. .
As associações de classe repensaram seus papéis e estão exigindo melhoras e não sendo adesistas e meras participantes em conselhos criados pelo governo.
Outro problema é a criação desordenada de eventos, sem um calendário, o que dificulta a vida dos empresários , fazendo com que tais atividades sejam mais voltadas ao lazer da população do que uma forma de atrair novos visitantes. A cidade pode ser a dos 12 eventos mensais do porte do Carnaval, preconizada pelo competente Rubem Medina, secretário de turismo do Rio . Basta mais uma vez integração.
O Rio tem que mostrar ao mundo que sua população hospitaleira , a ausência de terrorismo e bombas, brigas entre árabes e judeus fazem do nosso país, um exemplo de pluralismo globalizado, tão em voga hoje, para o turista experimental, que conhecer por conta própria um país.
Estamos confiantes de que 2007 será finalmente o ano do Turismo, não só no papel mas nas ações pontuais e que os jogos Pan-americanos sirvam para mostrar nossa capacidade de sediar grandes eventos e ainda agora com um curso superior de tecnólogo de eventos, voltado para o segmento.
O Rio abençoado e que respira alegria, apesar das balas perdidas, tem que voltar a sorrir mas precisa de que em primeiro lugar, as forças políticas se afinem.

Bayard Do Coutto Boiteux é diretor da Escola de Turismo e Hospitalidade, única auditada e certificada pela OMT, no Brasil.