quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Companhias querem passageiros com menos bagagem

VALOR ECONÔMICO - EMPRESAS, 22/02/2006

The Economist
Todos já passaram por isso: ficar emperrado em uma fila no aeroporto, atrás de um grupo às voltas com uma montanha de malas para despachar no balcão de embarque, enquanto você tem apenas uma bagagem de mão e seu vôo está por partir. Os passageiros sem malas já têm atualmente à disposição algumas formas para fugir das filas. Agora, em sua incansável busca por economizar, duas das maiores empresas européias de baixo custo trarão mais uma. Passarão a cobrar mais dos passageiros com bagagem para despachar.
Com a escalada dos preços dos combustíveis, as aéreas tornaram mais estrito seu regulamento sobre bagagens. Algumas das regras foram completamente reescritas.
A britânica Flybe lançou em 1º de fevereiro um "acordo para a bagagem", cujo objetivo é que os passageiros sem bagagem não tenham de pagar por carregar as malas de outras pessoas. Cinco dias depois, a irlandesa Ryanair anunciou detalhes de um plano similar, para encorajar os passageiros a viajar com menos bagagem.
As duas empresas aéreas informam que repassarão a economia para os passageiros. A Ryanair destaca que, a partir de março, os viajantes que quiserem despachar malas para o compartimento de carga do avião terão de pagar 3,50 euros por item (€ 3.53 (US$ 4,20)). A empresa estima que o esquema diminuirá a bagagem e cortará os custos aeroportuários e de transporte de malas em 30 milhões de euros por ano, uma economia que lhe permitirá reduzir o preço médio de suas passagens em 3,50 euros.
Os passageiros da Flybe terão de pagar € 2.94 (US$ 3,50) por item a despachar, desde que avisado com antecedência e € 5.88 (US$ 7) por volume que for levado inadvertidamente. Os passageiros com bagagem de mão terão desconto de € 1.47 (US$ 1,75). Ao saber antecipadamente quanta bagagem haverá em um vôo, a empresa acredita que pode melhor alocar recursos e reduzir o tempo de espera do avião no aeroporto. As duas empresas planejam ficar com parte do que arrecadarem com as tarifas cobradas dos passageiros que não sabem aproveitar o espaço de sua bagagem.
Acelerar o tempo de embarque, no entanto, poderá ser algo bastante popular entre os passageiros, especialmente os que fazem viagens curtas. A Flybe aponta que 55% de seus passageiros têm bagagem para despachar e espera, agora, um ligeiro recuo. Como viajar com menos peso economiza combustível e reduz custos de serviços aeroportuários, outras operadoras deverão estudar com bastante cuidado este novo plano de vôo.