sábado, maio 27, 2006

A questão da segurança nacional e os impactos do Turismo

Os recentes episódios no estado de São Paulo mostraram mais uma vez, a fragilidade do aparato de segurança no Brasil, o despreparo para atuar no crime organizado em situações emergenciais e o fortalecimento do poder paralelo e sua mobilização. O Brasil carece de políticas públicas efetivas voltadas para a melhoria de qualidade de vida das populações mais desfavorecidas, limitando-se a programas de 1 real e distribuição de bolsas alimentação e quer que a polícia resolva todos os problemas com soluções milagrosas.
Ficou bem claro que não existe nenhuma coordenação entre os diversos níveis de segurança e que as autoridades se aproveitam de tais situações,para criar polêmicas. Trata-se também de uma irresponsabilidade de não aceitar colaboração,em função de siglas partidárias.
Por outro lado, o sistema penitenciário brasileiro esgotou suas possibilidades de recuperação dos indivíduos. As cadeias brasileiras acabam sendo gerenciadas pelas próprias facções que as dominam e as comandam. A superlotação inibe o trabalho das forças de segurança, que são sempre acusadas de não trazerem soluções rápidas. Vamos continuar pagando salários miseráveis e expondo tais homens e mulheres diariamente a guerra urbana, que assola o país?
Nunca o Brasil foi tão promovido na mídia internacional. A TV5, por exemplo que exibe noticiário para os países de língua francesa, mostrava as cenas de horror que abalaram o dia das mães, dizendo que não se tratava do Iraque mas da maior metrópole da América Latina, São Paulo.Nossa imagem, além de ainda ligada ao carnaval, praias e futebol é quase inexistente nos principais mercados emissores, embora devamos confessar que nunca se fez tanto pelo turismo internacional, como na gestão do Ministro Mares Guia.
Cabe ao Congresso agilizar os mais de 150 projetos de lei, que tramitam, para aprimorar a atual legislação penal, totalmente defasada da realidade existente no Brasil.
Perto da alta estação, os operadores estão recebendo cancelamentos e pedidos de esclarecimento sobre os locais onde os distúrbios aconteceram. Não vimos até hoje,nenhuma ação efetiva do Ministério do Turismo e das Relações Exteriores, através de nossas missões diplomáticas, para falar do day after e da normalidade que volta às ruas. O trabalho efetivo de promoções, como o Rio é de vocês, a gestão exitosa da São Paulo Turismo, comandada por Caio Luiz de Carvalho e ainda o cooperado da Embratur no exterior tem que ser preservados.
Não existem mais estados menos ou mais vulneráveis, embora, por exemplo no Rio as facções se preocupam mais com o lucro das transações e tentam minimizar a crise. Sabemos que o Brasil avança para um choque de culturas e status quo, cada vez mais presentes no dia a dia das grandes cidades. O exercito, quando presente comprovou que pode salvar ainda o país em conjunto com a policia militar e civil.
Vamos dar as mãos e tentar conseguir mais justiça social e melhoria de vida, no lugar de discursos demagógicos e politiqueiros. A democracia só funciona se ela der a todos as mesmas condições de acesso e pode ser percebida se de clientelismo e assistencialismo, passarmos ao respeito do homem, como ser capaz de transformar o mundo e a realidade social.

Bayard Boiteux e Mauricio Werner dirigem o curso de Turismo da UniverCidade
www.univercidade.edu