domingo, fevereiro 19, 2006

Promoção de um destino requer presença contínua

FOLHA DE S.PAULO - TURISMO, 16/02/2006

Infra-estrutura, acessibilidade e campanhas completam "fórmula" para que local esteja em em evidência.

Slogans que convidam o turista a desvendar as belezas do Estado, a cultura da região vão e vem a cada temporada. Promover um destino, porém, requer continuidade. "Não basta lançar um destino e sumir", diz José Vitório Jerônimo, gerente comercial da CVC.
Apesar de ter grandes atrações turísticas, nem todos têm estrutura."A indústria do turismo é oportunista", diz Jerônimo. Um dos exemplos é que as pessoas rumam a cidades com acesso fácil. Melhores aeroportos e vôos regulares com conexões fáceis aumentam o fluxo de turistas. Foi o que aconteceu com Natal (RN), que traz passageiros portugueses em vôos semanais regulares da TAP.
As campanhas de promoção, acessibilidade e infra-estrutura são alguns dos itens que conquistam o visitante, acompanhados de infra-estrutura e serviço. Também é preciso planejamento de marketing elaborado pelo escritório de promoção do destino, que ainda deve participar de feiras e eventos, resume Leonel Rossi Júnior, diretor de assuntos internacionais da Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens).
"O Brasil hoje tem anúncio em revistas no exterior, como a "Condé Nast Traveler". Antes eu via [anúncio] da Croácia e não via do Brasil", diz Rossi.
Em 2006, o Ministério do Turismo deve investir R$ 100 milhões na promoção do Brasil, dos quais 60% serão para ações no mercado internacional.
Rossi diz acreditar que, nos próximos dez anos o "turismo receptivo no Brasil vai explodir". Um desses indícios é a programação nos próximos três anos da construção de 134 empreendimentos hoteleiros de grupos estrangeiros e nacionais, com recursos de R$ 3,4 bilhões, segundo dados do Ministério do Turismo.

Modelo
Se algum destino quiser se espelhar no maior receptivo de turismo internacional, basta olhar para a França. O país recebeu, em 2005, 76,7 milhões de visitantes estrangeiros - o Brasil acolheu 6,7 milhões de estrangeiros.
Em 2003, o orçamento da Maison de la France, escritório de promoção do país como destino turístico para 33 escritórios em 28 países, era de 63,2 milhões (R$ 161 milhões). Em 2003, promoveu 208 campanhas de divulgação do país.